Aquele elogio sem sentido, aquele sorriso banal e aquele
poema mentiroso. Ahh... o poeta é um cretino, um ladão, um mentiroso das
palavras mais lindas, mas como todo cretino, ele é maravilhoso, irresistível,
sem noção, um completo louco.
É muito dizer que é um mentiroso?! Apenas diz o que queremos
ouvir, dá a mentira aquele fio de
verdade que nos faz cair na realidade. Dizer que é essa a conclusão seria
desmerecedor, e a arte? Ahh, a arte nos versos, nas palavras, no soneto que
leva um desejo de viver, aquela vontade de pirar e sair escrevendo até não ver
mais alma.
"Caro poeta, você é um mentiroso, um criminoso, um...
ótimo poeta.." - Ficaria assim por
você? Escrever algo tão mentiroso e tão irreal? É, ele é sim, talvez um pouco
menos que o normal, mas é. Um filho da lua, amante da vida, contador de
verdades alheias, tremendo sonhador e um lindo admirável mentiroso. Este é o
poeta, os olhos das coisas, o olho que tudo vê, observador da vida e o ditador
das letras. Não é um mentiroso porque vê o diferente. Não tem culpa se confunde
a ilusão com a realidade e inventa as mentiras mais lindas e... Mesmo assim é
um ladrão.
No amor o poeta mente a si mesmo, o coração é realista, o
sentimento é transbordado e o recíproco é esperado. Chega a ser preferível não
dizer.
Enfim, estes teus olhos não são uma falsidade, são lindos,
tremendamente lindos, assim como seu sorriso indesejável de quando não entende
o que faz. É mentira? Pode ser. Seja como desejar se achar que merece.
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