Estamos bem

Leia escutando: Coldplay - Fix You

Chega uma hora em que precisamos deixar o outro ir. E ir também. Chega um momento em que as coisas mudam. A gente muda. Os sentimentos mudam. E o outro muda. Não é nossa culpa. É normal. É normal a gente querer ir. O amor uma hora acaba ou precisa de um tempo, dar esse tempo pra voltar ou ir de vez.

O que era pra ser  nosso "amor" não demorou muito pra desandar. Confundimos sentimentos passados com momentos delicados. Saímos atropelando tudo que vinha pela frente e dizíamos ser recíproco. E foi uma maravilha... Não percebemos que os sentimentos foram encaixados em tamanhos e lugares errados no qual não eram mais aceitos.

Eu não te condeno, mesmo assim te culpo por não ter dito, ter dito e não ter agido. O foda mesmo foi quando você  me deu um abraço e foi embora, depois deixou mensagem dizendo que era culpa minha. Claro que eu vacilei. E foi além do feio. Foi infame. Mas eu não vou pedir desculpas. Não por algo que não dependia só de mim. Não era só eu quem estava lá. Não era só eu quem queria que desse certo e não fui eu quem quis ir embora. Foi você.


Confesso. Foi tudo tão meio ferrado, meio bosta, meio atoa. Não era isso que eu queria. Mas talvez era assim que tinha de ser.
No vazio que encontramos colocamos esperanças em algo que era prescrito que não ia pra frente. Não passaria de um parágrafo. Preferimos ignorar e fingir que ia. Ah, mas não foi mesmo e nem era pra ser. Confundimos a carência com amor. Nos reencontramos num momento meramente delicado para ambos e quando o tempo resolveu passar pisoteamos tudo sem pensar duas vezes.

Nós vivemos em mundos diferentes. Demorei muito pra perceber. Eu vivo em Saturno e você em Júpiter. Eu nem sei se pertenço mesmo a Saturno. Já você está estagnado.
É complicado.. posso pertencer a outros planetas, a outras constelações. Sou aquela louca não sabe onde está e mal sabe aonde pertence. Só sabe que não pertence mais a seu peito.

Tudo bem. Vou me deixar viver o famoso momento de "luto". Só não espero permanecer por muito tempo. Preciso de um tempo. Não. Não tenho nem noção de quanto tempo. Não espero demorar muito. E durante.. me peço para não sair falando que o amor é uma droga só porque não deu certo. Não quero ser hipócrita a esse ponto.

Enfim. Coloquei na minha cabeça que finais nem sempre precisam ser momentos ruins, nós que os tornamos ruins. Nem todo final é um fim, às vezes é só o início de uma nova história. Precisamos perder o medo. Perder o medo de perder, perder o medo de sentir, perder o medo de ser. Perder o medo de sentir medo... Precisamos ir, nos perder um pouco por ai.

E você não foi um trouxa por confiar tanto numa pessoa como eu.Tão indecisa e 90% nem ai. Eu não faria o mesmo sabendo quem sou.

Te admiro por ter interpretado tão bem. Te admiro por ter tentado se esforçar.

E claro, não esqueci. Só acho que tava tudo tão ferrado que eu resolvi colocar meu papel em prática e jogar o foda-se. Mas tudo bem. Sabe, a pessoa que me habita é meia sem noção, totalmente sem parafusos, constantemente tem falta de memória, costuma confundir tudo muito fácil e logo já se da conta do que fez.

Não se preocupe, quando você ler esse texto vou estar em outro lugar do meu subconsciente torcendo por você.

Estamos bem. Você ai e eu por aqui. Estou ótima. E isso é muito bom. Eu deixei você ir e aproveitei pra ir junto.
Ferrar com tudo tem lá suas vantagens.