Intangível consternação





Leia escutando : Tears and Rain
 


A minha felicidade permanece fora de mim, é como se tudo aqui dentro batesse almejando expansão cósmica e não reconhecesse a própria carne que a cospe todos os dias, às 8 da manhã. Aqui, o meu corpo é arrastado em uma direção ambiciosa, onde a íntegra distante de mim é almejada, sem um pingo de acolhimento. Minhas sensações vagam bêbadas, descendo a rua Augusta, rastejando a comoção do vazio. E, eu; minha corpulência, procede, esquecida, extraviada, cursando, em alguma órbita, sondando algo maior. Porque nada me cabe, nada que tange me causa deleite, tesão. nada reverbera. Verte ou esvazia-se.

O vazio nunca trás respostas, não responde as cartas
não adianta preencher
não é completude
é o fragmento que se importa, no tempo em que o eco de si é admitido
 
A vida fora, "inconsciente"
causa espasmo
te despossa de tudo que pode existir atado ao sorriso sem pretexto. Porquê os alvos sempre foram maiores
porque a felicidade mora fora do hipotálamo, 
Porquê tudo é intangível, fora de alcance, fatigante, corrosivo, e nada, é apto à satisfação pessoal. 

A matéria é desdobrada no varal 
arrastada pelo temporal
abscindida
E, ordinariamente goteja suplicio
Escorrendo, no encardido escadão Selarón do Rio de Janeiro, porquê não houve o grito desfastio, e o corpo nega sobrevivência de abstrações que não lhe cabem - ainda.

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